tag:blogger.com,1999:blog-5462786242188176775.post3938755434678236423..comments2022-04-11T04:34:37.433-07:00Comments on Ogum Marê Edições: Ogum MarêEDENIR SANTOShttp://www.blogger.com/profile/01877269327251890949noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-5462786242188176775.post-20606831665623920302011-06-13T06:54:55.102-07:002011-06-13T06:54:55.102-07:00Trecho de Ogum Marê
A tripulação estava formada no...Trecho de Ogum Marê<br />A tripulação estava formada no convés, ao som de tambores. Era um dia ensolarado da primavera carioca. O Marinheiro Marcelino amarrado ao mastro, com as costas nuas e polida pelo suor. O Comandante Batista das Neves, o juiz, agora, o algoz, tirou o chapéu, entregou-o à ordenança, desabotoou e tirou a casaca, entregou-a, também. Recebeu do mestre inglês a chibata, encarou a tripulação com um olhar repreensivo e a Marcelino com desprezo, tomou fôlego, inspirando profundamente, e iniciou o cumprimento da sentença. Em seu semblante, podia ser percebido, prazer e satisfação. Marcelino mordia o beiço a cada vez que era atingido pela chibata, o sol ofuscava-lhe a visão e o suor ardia-lhe os olhos, os gemidos do pobre podiam ser ouvidos longe. Iemanjá, a mãe generosa dos Orixás, surge das águas. A sena do castigo de Marcelino é tão chocante que ninguém houve seu canto. Ela o ampara nos braços e conforta-o. A tripulação vê Marcelino desmaiar, e o sangue rubrar o seu lombo negro.EDENIR SANTOShttps://www.blogger.com/profile/01877269327251890949noreply@blogger.com