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domingo, 12 de junho de 2011

Santo Antonio de Pádua é o Semiromba responsável pela difusão doutrinária cristã na Umbanda. (por Pai Juruá)



Santo Antonio de Pádua é o Semiromba responsável pela difusão doutrinária cristã na Umbanda.

Vamos a um resumo da vida do Santo, e por fim, entendermos a importância dessa entidade espiritual de alto quilate na formação da Umbanda no Brasil e o porquê é pontificado como patrono e responsável pela Falange de Trabalhos Espirituais dos Exus e das Pombas-Gira:

Protetor dos pobres, o auxílio na busca de objetos ou pessoas perdidas, o amigo nas causas do coração. Assim é Santo Antônio de Pádua, frei franciscano português, que trocou o conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa.  Contam os livros que o Santo nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, e recebeu no batismo o nome de Fernando.

Ele era o único herdeiro de Martinho, nobre pertencente ao clã dos Bulhões y Taveira de Azevedo. Sua infância foi tranqüila, sem maiores emoções, até que resolveu optar pela vida religiosa.

A escolha recaiu sobre a ordem de Santo Agostinho. Os primeiros oito anos de vida do jovem frei, passados nas cidades de Lisboa e Coimbra, foram dedicados ao estudo. Nesse período, nada escapou a seus olhos: desde os tratados teológicos e científicos, até as Sagradas Escrituras. Sua cultura geral e religiosa era tamanha que alguns dos colegas não hesitavam em chamá-lo de “Arca do Testamento”. Reservado, Fernando preferia a solidão das bibliotecas e dos oratórios às discussões religiosas. Bem, pelo menos até um grupo de franciscanos cruzarem seu caminho.

O encontro, por acaso, numa das ruas de Coimbra marcou-o para sempre. Eles eram jovens diferentes, que traziam nos olhos um brilho desconhecido. Seguiam para o Marrocos, na África, onde pretendiam pregar a Palavra de Deus e viver entre os sarracenos. A experiência costumava ser trágica. E daquela vez não foi diferente. Como a maioria dos antecessores, nenhum dos religiosos retornou com vida. Depois de testemunhar a coragem dos jovens frades, Fernando decidiu entrar para a Ordem Franciscana e adotar o nome de Antônio, numa homenagem a Santo Antonio (É também conhecido como Santo Antonio o Eremita, ou, Santo Antão. Esse Santo influenciou grandemente a São Francisco também. Foi por seus exemplos que as primeiras Ordens Hospitalares, que cuidavam de leprosos, foram fundadas).

Disposto a se tornar um mártir, ele partiu para o Marrocos, mas logo após aportar no continente africano, Antônio contraiu uma febre, ficou tão doente que foi obrigado a voltar para a casa. Mais uma vez, os Céus lhe reservavam novas surpresas. Uma forte tempestade obrigou seu barco a aportar na Sicília, no sul da Itália. Aos poucos, recuperou a saúde e concebeu um novo plano: decidiu participar da assembléia geral da ordem em Assis, em 1221, e deste modo conheceu São Francisco pessoalmente.

É difícil imaginar a emoção de Santo Antônio ao encontrar seu mestre e inspirador, um homem que falava com os bichos e recebeu as chagas do próprio Cristo. Infelizmente, não há registros deste momento tão particular da história do Cristianismo.  Sabe-se apenas que os dois Santos se aproximaram mais tarde, quando o frei português começou a realizar as primeiras pregações. E que pregações! Santo Antônio era um orador inspirado.

Suas pregações eram tão disputadas que chegavam a alterar a rotina das cidades, provocando o fechamento adiantado dos estabelecimentos comerciais.

De pregação em pregação, de povoado em povoado, o Santo chegou a Pádua. Lá, converteu um grande número de pessoas com seus atos e suas palavras. Foi para esta cidade que ele pediu que o levassem quando seu estado de saúde piorou, em junho de 1231. Santo Antônio, porém, não resistiu ao esforço e morreu no dia 13, no convento de Santa Maria de Arcella, às portas da cidade que batizou de “casa espiritual”. Tinha apenas 36 anos de idade. O pedido do religioso foi atendido dias depois, com seu enterro na Igreja de Santa Maria Mãe de Deus. Anos depois, seus restos foram transferidos para a enorme basílica, em Pádua.

O processo de canonização de frei Antônio encabeça a lista dos mais rápidos de toda a história. Foi aberto meses depois de sua morte, durante o pontificado de Papa Gregório IX, e durou menos de ano. Graças a sua dedicação aos humildes, Santo Antônio foi eleito pelo povo o protetor dos pobres. Transformou-se num dos filhos mais amados da Igreja, um porto seguro a qual todos – sem exceção – podem recorrer. Uma das tradições mais antigas em sua homenagem é, justamente, a distribuição de pães aos necessitados e àqueles que desejam proteção em suas casas. Homem de oração, Santo Antônio se tornou Santo porque dedicou toda a sua vida para os mais pobres e para o serviço de Deus.

Diversos fatos marcaram a vida deste Santo, mas um em especial era a devoção a Maria. Em sua pregação, em sua vida a figura materna de Maria estava presente. Santo Antônio encontrava em Maria além do conforto a inspiração de vida. O seu Culto, que tem sido ao longo dos séculos objeto de grande devoção popular é difundido por todo o mundo através da missionação e miscigenado com outras culturas (nomeadamente Afro-Brasileiras e Indo-Portuguesas). De Lisboa ou de Pádua, é por excelência o Santo “milagreiro”, “casamenteiro”, do “responso” e do Menino Jesus. Padroeiro dos pobres é invocado também para o encontro de objetos perdidos.

Santo Antonio tem uma relação muito íntima e importante dentro da Umbanda. Segundo informações da Espiritualidade, na formação da Religião Umbandista Santo Antonio, juntamente com São Francisco, São Benedito, Santo Agostinho estiveram presentes com toda uma gama de Espíritos que haviam sido monges e freiras em vida.

Santo Antonio tem o dom paranormal da xenoglassia, ou seja, falava em todas as línguas, e devido a isso facilitou em muito a conversação doutrinária com Espíritos advindos das selvas africanas bem como os indígenas brasileiros. 

Santo Antônio era conhecido como o homem da palavra e do pão: ele encantava as multidões com a Palavra de Deus e dava pão aos pobres e necessitados. Devido ao dom do convencimento pela palavra, o Santo frade acabou sincretizado pelo Candomblé com o Orixá Ogum na Bahia, por exemplo. À época da escravidão, os negros eram forçados a abjurar suas crenças por imposição da Igreja Católica Apostólica Romana, sendo também obrigados a adotarem para si nomes de Santos, como Antônio, Benedito, José, João, Pedro etc.

Santo Antonio tem uma relação muito íntima e importante dentro da Umbanda. Na formação da Religião Umbandista, Santo Antonio, juntamente com São Francisco, São Benedito esteve presente com toda uma gama de Espíritos que haviam sido padres e freiras em vida.

Santo Antonio tem o dom da xenoglossia (é a capacidade da pessoa de falar línguas estrangeiras sem ter aprendido nada sobre a mesma), ou seja, quando discursa mediunizado, é entendido por todos, sejam quais forem suas nacionalidades; é entendido em qualquer língua. Devido a isso e a sua tenaz evangelização, facilitou em muito a conversação doutrinária, bem com a conversão dos Espíritos advindos da Banda Negra, das trevas, em trabalhadores da lida do bem.

Com isso e por sua tenaz pregação, Santo Antonio se tornou um pilar central na formação cristã da querida e amada Umbanda. Jesus disse: “Onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali estarei” – Onde se prega e se vivencia o Evangelho, com certeza, todos ligados a ele, lá estarão. Por isso, os Semirombas,os ditos Santos estão presentes com toda força dentro da Umbanda, desde sua fundação.

Aceitamos e difundimos também que o Semiromba Santo Antonio de Pádua é o patrono e responsável pela Falange de Trabalhos Espirituais dos Exus e das Pombas-Gira. Dissemos “Patrono” e não que Santo Antonio foi “sincretizado” ou seja, foi tido como Exu; Ele é o protetor, o defensor, o padroeiro e o advogado da Falange dos Exus e das Pombas-Gira, auxiliando tenazmente e com amor desmedido esses Espíritos em suas evoluções.

(Trecho extraído do livro: “Umbanda – A Manifestação do Espírito para a Caridade” – autoria de: Pai Juruá – no prelo)

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