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quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ogum Marê

Autor: Edenir Costa dos Santos
ISBN: 9788578939113
Editora: Biblioteca 24 Horas
Peso: 140 gramas.
Número de páginas: 114.
Data de lançamento 04/05/2011.
Dimensões e formatos de papel? Ogum Marê tem o formato 140 x 210 mm, em papel 75 gramas, alcalino de alta alvura  e capa em papel 250 gramas acetinado.
Como adquirir? Ogum Marê, nesse primeiro momento, encontra-se disponível na página da Biblioteca 24 horas (www.biblioteca24horas.com ), Livraria Cultura  e futuramente estará disponível em outras livrarias.


Sinopse
“Ogum Marê” retrata a participação do afro-descendente na Marinha do Brasil, baseado em fatos históricos descritos no capítulo “A Revolta dos Marinheiros de 1910” do Almirante e Historiador Hélio Leôncio Martins. Parte integrante do livro da “História Naval Brasileira”, volume V, tomo I B. 
O Brasil a pouco se tornara independente, o Imperador D. Pedro I carecia de constituir uma armada para consolidar seu império, pacificar as províncias rebeldes e fazer frente à esquadra portuguesa.
Um alvará, datado de 1775, proibia os brasileiros de serem marinheiros e os poucos oficiais, a disposição de D. Pedro I, eram filhos de nobres nascidos no Brasil ou oficiais portugueses simpatizantes à causa do Imperador.
Para solucionar essa questão, D. Pedro I contrata oficias e praças ingleses para guarnecerem os navios brasileiros, todavia, essa contratação não foi em número suficiente. No intuito de equacionar o problema de pessoal, o Imperador resolver complementar a lotação dos navios com negros alforriados.
Sanada a necessidade de pessoal da Marinha, surge outro problema, não levado em conta até a noite de 22 de novembro de 1910. O abismo social formado entre a oficialidade e as praças, de um lado tem os Lordes Ingleses, e de outro, os negros rotos, ainda que forros, eram completamente desconhecedores da cultura européia e do trabalho marinheiro.
O Império morre e nasce a República, o negro já não era mais escravo, porém os costumes eram mantidos, o de castigar fisicamente a guarnição e o de mandar meninos para a Marinha, na maioria, negros capturados vadiando pela cidade. O Decreto, número 3 de 16 de novembro de 1889, bane os castigos corporais na Marinha, entretanto, esses continuam sendo aplicados nos navios da Esquadra e no Batalhão Naval, de forma que, a guarnição, ainda, predominante negra e recrutada sem critério, era subjugada, maltratada e humilhada.
Diante desse quadro, os Orixás mobilizam-se.




Ogum Marê pronta entrega!


Só R$31,76










Um comentário:

  1. Trecho de Ogum Marê
    A tripulação estava formada no convés, ao som de tambores. Era um dia ensolarado da primavera carioca. O Marinheiro Marcelino amarrado ao mastro, com as costas nuas e polida pelo suor. O Comandante Batista das Neves, o juiz, agora, o algoz, tirou o chapéu, entregou-o à ordenança, desabotoou e tirou a casaca, entregou-a, também. Recebeu do mestre inglês a chibata, encarou a tripulação com um olhar repreensivo e a Marcelino com desprezo, tomou fôlego, inspirando profundamente, e iniciou o cumprimento da sentença. Em seu semblante, podia ser percebido, prazer e satisfação. Marcelino mordia o beiço a cada vez que era atingido pela chibata, o sol ofuscava-lhe a visão e o suor ardia-lhe os olhos, os gemidos do pobre podiam ser ouvidos longe. Iemanjá, a mãe generosa dos Orixás, surge das águas. A sena do castigo de Marcelino é tão chocante que ninguém houve seu canto. Ela o ampara nos braços e conforta-o. A tripulação vê Marcelino desmaiar, e o sangue rubrar o seu lombo negro.

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